sábado, 21 de maio de 2016

Estágio - Gestão Educacional - Memorial

Memorial


Introdução
Este Memorial de formação aborda pontos relevantes da minha vida e trajetória acadêmica, objetivando descrever desde o primeiro contato com as experiências pessoais e profissionais adquiridas, passando pelo ingresso no Curso de pedagogia na Faculdade Uniesp, Campinas até os dias de hoje na faculdade Padre João Bagozzi. Sendo esse momento mais esperado, o da realização de sonho de chegar à formação acadêmica. Reflete ainda sobre o processo de construção dos  conhecimentos adquiridos durante o período de formação.


Uma breve história de vida


Nasci de um casal de nordestinos, numa terra distante daqui chamada Bahia, da qual me orgulho muito. 
Somos de uma cidade pequena do interior, próxima da Chapada Diamantina, chamada Irecê. Meus pais resolveram vir para Curitiba em busca de trabalho quando eu ainda era bem pequena. Não me esqueço das manhãs geladas do primeiro inverno que passei aqui. 
Dentre algumas idas e voltas da minha terra para cá, meus pais resolveram voltar para ficar quando eu já tinha 12 anos e meus dois irmãos. E desta vez ficaram mesmo. E não foi muito fácil de me adaptar. Me sentia como disse Gilberto Gil em uma de suas canções: "Por ser de lá do sertão, lá do cerrado, lá do interior do mato da caatinga do roçado, eu quase não saio, eu quase não tenho amigos, eu quase que não consigo ficar na cidade sem viver contrariado". E por um bom tempo vivi mesmo contrariada. Me sentia bem deslocada, não tinha muitos amigos e sofri preconceito por falar com o sotaque diferente. Más aos poucos fui me acostumando, me enturmando na escola, mais tarde no trabalho, fazendo amizades, e começando a ver Curitiba com outros olhos. Como a minha segunda casa.
Comecei a conhecer um pessoal do meio musical, e aí a vida começou a ficar bem interessante, pois musica sempre foi minha paixão, desde pequena. Aos poucos fui ganhando alguns bares e as pessoas gostavam de me ouvir. Tentei por um bom tempo viver disso, más a coisa não estava muito fácil e eu logo entrei numa crise de identidade da qual levei um bom tempo para sair. 
Nesse meio tempo me casei, me mudei de cidade, engravidei e resolvi deixar as cantorias de lado por uns tempos. Queria que o mundo parasse para eu ser mãe. Foi depois disso que surgiu a oportunidade de fazer a faculdade de pedagogia. Por sugestão de uma tia que era professora em uma universidade, a qual estava oferecendo bolsas para alguns cursos. Na época eu estava fazendo conservatório de musica e queria trabalhar com musicalização infantil. A faculdade de pedagogia iria me dar a base que eu precisava, já que esse curso do conservatório não era de nível Superior e sim técnico. 
Com o tempo a pedagogia foi tomando um espaço maior do que a musica. Fiquei grávida novamente no terceiro período da faculdade e quando tive o bebê não consegui administrar os dois cursos. Acabei optando por concluir pedagogia. Voltei para Curitiba transferindo o curso para cá, e cá estou, prestes a concluí-lo.


Vida Acadêmica: Uma trajetória



Quando ingressei na faculdade de pedagogia  as aspirações eram muitas e as preocupações também. Pois passei por um longo período longe dos estudos, desde que saí do ensino médio e imaginei que fosse ter muita dificuldade em assimilar os conteúdos e acompanhar o ritmo da vida acadêmica. Além disso tive que abrir mão do emprego que eu tinha na época, pois o horário de trabalho não coincidia com o horário da faculdade. Paralelamente havia iniciado um curso técnico no Conservatório de Musica de Campinas, e isso também demandava algumas horas de estudo durante a semana. E tudo isso atrelado a tarefa de ser mãe. E volta e meia surgia aquele questionamento: Por que não fiz isso antes? Quando solteira,sem filhos? 

Na medida que fui conhecendo as primeiras disciplinas, História da Educação, Filosofia, Sociologia (as minhas preferidas) fui tomando gosto pelo curso e percebendo que valia a pena estar ali, mesmo tendo que abrir mão de algumas coisas. Um dos professores que tive no primeiro semestre, em especial, me inspirou muito. Eu teria aula com ele todos os dias sem me cansar. A cada aula um questionamento para nos fazer refletir e debater. Ele sabia argumentar como ninguém e sua dedicação em fazer com que as aulas fossem significativas para nós davam ânimo para continuar e aprender mais e mais. Nunca vou me esquecer, professor Rodolfo foi o primeiro modelo de professor que eu almejei um dia ser. E depois dele tiveram outros no decorrer do curso que muito me inspiraram.
Cursei um semestre em Pirassununga, cidade que morei durante seis meses, e foi lá que realizei meu primeiro estágio do curso, Educação Infantil. Foi minha primeira experiência em uma sala de aula. E tive sorte, a professora da turma que fiz a observação e assistência era ótima, me recebeu de braços abertos e me ensinou muito. Foi Ali que comecei a perceber que o processo educativo era muito mais complexo do que eu imaginava, e refletir sobre os primeiros aprendizados adquiridos nos primeiros semestres, que a educação infantil não era apenas um espaço de cuidados.
No semestre seguinte voltei para Curitiba, transferindo o curso para a Faculdade Bagozzi, onde realizei os estágios no Ensino Fundamental, Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, Gestão Escolar e Formação de docente. E posso dizer que realizei todos eles com comprometimento e assiduidade. Alguns me realizaram mais outros menos. Mas todos me trouxeram algum aprendizado que vou levar não só para a profissão, mas para a vida.
Comecei a fazer estágio remunerado em um CEI, onde estou já a quase dois anos e aprendi muito no dia a dia com as professoras com quem trabalhei e principalmente com os alunos, que a cada dia trazem um novo desafio.
O estágio que realizei em gestão escolar foi bem significativo, pois me possibilitaram refletir sobre o quanto uma boa gestão no processo de organização é importante para um bom funcionamento da escola. E para conduzir a bons resultados é preciso promover a participação de todos os envolvidos nesse processo.
Todos que me conhecem sabem o quanto esses quatro anos foram sacrificantes, principalmente pelas minhas filhas que sofreram um pouco com a minha ausência em virtude do trabalho e dos estudos. Por outro lado o curso tem me ajudado muito a compreender esse universo infantil com o qual eu me encanto cada dia mais e me ajuda muito na educação delas. 
A cada estágio realizado, uma nova experiência que levo para o dia dia do meu trabalho, onde já estou a quase dois anos como auxiliar de uma professora com quem tenho aprendido muito. E meu tempo por lá já está espirando junto com a conclusão da faculdade, está chegando a hora de alçar vôos maiores. Assumir minha própria turma, talvez numa outra instituição, e ano que vem, quem sabe, fazer minha segunda graduação: Licenciatura em musica ou uma pós em Educação Musical. 
O sentimento hoje não poderia ser outro que não o de gratidão. GRATIDÃO! Por hoje estar na reta final da graduação, por não me deixar abater pelas dificuldades encontradas no meio do caminho (e não foram poucas), pelas pessoas maravilhosas que encontrei durante esta caminhada que nos momentos mais difíceis me disseram palavras de incentivo. 
Se em algum momento pensei em desistir? Sim. Mas a vontade de continuar e poder colocar em prática tudo que aprendi e que acredito sobre fazer a diferença foi maior. 
E hoje, dia 20 de maio, dia do pedagogo e quando estou terminando de escrever este memorial, finalizo me utilizando das palavras de Nelson Mandela. "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo".










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